Aqui teremos algumas dicas que podem ajudar nessa jornada.
A amamentação faz parte dos cuidados iniciais e principais com o bebê, a OMS recomenda que as mães amamentem exclusivamente os bebês durante os primeiros seis meses de vida, visando o crescimento, desenvolvimento e saúde dos bebês.
Quem é quem na vida da gestante no momento do parto? Você sabe o que faz cada um dos profissionais que podem estar presentes na sala de parto??
Durante a gestação e o trabalho de parto ocorrem grandes alterações na fisiologia feminina, trazendo a tona o medo e as ansiedades relacionadas com o novo momento que está por vir. Informação objetiva e direta é o fundamental para promoção da segurança nessa fase!
Menos é mais, lembrem-se desse mantra na hora de arrumar as coisas que vão para a maternidade!
Ir ou não ir visitar aquela família que acabou de chegar do hospital!?
O sexo durante a gestação é permitido, desde que não haja contraindicação clínica, e a mulher se sinta confortável, este contato íntimo não machuca o bebê em nenhuma fase gestacional.
O consumo de tâmaras a partir da 36ª semana gestacional pode auxiliar no processo do trabalho de parto e amamentação.
A indução do trabalho de parto é recomendada quando algo na saúde do bebê ou da mulher gera preocupação clínica e/ou o trabalho de parto não começou espontaneamente.
A dor no trabalho de parto não pode ser considerada somente por alterações fisiológicas, ela esta associada a fatores psicológicos, culturais, valores pessoais e experiencias prévias.
Os mil primeiros dias de vida do bebê, período que vai desde a concepção até o segundo aniversário é de grande importância para construir o alicerce de sua saúde.
Considerando a orientação da OMS sobre o aleitamento materno, grande parte desse alicerce está relacionado com a amamentação. O leite materno é o único alimento puro, natural , rico em vitaminas e todos os nutrientes necessários para os primeiros meses de vida!
Entenda que o leite materno é fantástico, único e insubstituível, feito a medida para o seu bebê, para cada fase de seu desenvolvimento, por isso ele não pode ser replicado artificialmente.
Amamentar não é simples, não é fácil e nem instintivo... eu costumo falar que é um treino diário de persistência e paciência. Envolve uma mulher que na maioria das vezes nunca amamentou e um bebê que acabou de nascer e tem apenas seu reflexo de sucção ativo.
Lembrem-se que amamentar pode doer, sim! E são os mais variados motivos, que vão dos bicos rachados, seios muito cheio pega errada e questão emocional.
O aumento absurdo na produção de leite e seu acúmulo nas mamas, acontece, normalmente, na época da apojadura (descida do leite por volta de 3-10 dias pós parto). E desde esse momento a pega adequada é o segredo! O ideal é que o bebê tenha a boca bem aberta, seja levado em direção a auréola e que o mamilo seja direcionado em direção ao céu da boca dele; devendo assim abocanhar mais a parte de baixo da aréola do que a de cima. Isso, associado a um bom fluxo de leite, proporcia que o bebê faça sucções efetivas, tornando a mamada mais confortável.
Não existe uma receita para preparar as mamas, mas informação de qualidade, rede de apoio e bons profissionais orientando são a chave para o sucesso deste período .
Cada profissional na vida da gestante e do bebê tem sua função, e uma característica que liga todos ele é a humanização. A equipe perfeita pode ser montada pela mulher de acordo com a maternidade que ela escolher parir, então vale aqui explicar de maneira resumida o que faz cada pessoa que estará na sala de parto.
O acompanhante: é lei! Ninguém pode substituir ou tirá-lo da sala! Ele deve ser escolhido pela gestante e seu papel é acompanhar e apoiar essa mulher.
O obstetra: é o responsável pela clínica daquela mulher, pelo seu estado de saúde geral e ele o profissional capacitado para resolver qualquer intercorrência.
O pediatra neonatologista: é o responsável pela clínica do neonato, ele que auxiliará se necessário todo o suporte de vida do bebê nas primeiras horas; não necessariamente é o pediatra que acompanhará fora da maternidade
Obstetrizes ou enfermeiras obstétricas: são as profissionais responsáveis pela gestante em caso de parto domiciliar e alguns pré-natais de baixo risco. Há hospitais que tem essas profissionais contratadas para prestar os cuidados à parturiente.
O anestesista: muitas vezes faz parte do corpo clínico do hospital, chamado durante o processo do parto normal ou em caso de cesárea.
Enfermeiras e auxiliares de enfermagem: são profissionais que estão lá para auxiliar os médicos.
A doula: é uma mulher contratada pela gestante para dar suporte físico e emocional a parturiente, sem conhecimento acadêmico para realizar técnicas complexas e até mesmo procedimentos. Ela cuida do bem esta da mulher que está parindo.
O fisioterapeuta: é um profissional da área da saúde , devidamente registrado em seu conselho regional e federal, com formação acadêmica superior, que atua embasada na cinesiologia e biomecânica do corpo. É habilitado para diagnosticar e corrigir da maneira mais eficiente qualquer distúrbio cinético funcional, principalmente no momento do parto (fase latente, ativa, expulsivo).
Logo quando estamos em parto, usamos todo o nosso conhecimento de métodos não farmacológicos de alívio da dor, massagens, eletrotermofototerapia, posicionamentos adequados de acordo com a biomecânica e fisiologia em cada momento do parto pautados na saúde baseada em evidências.
Mas afinal, o que difere o acompanhamento fisioterápico no parto do acompanhamento de uma doula ?
- ensino superior na área de saúde - formação curricular por 5 anos em matérias intimamente ligadas a gestação, parto e pós parto. - fundamentação de ações baseadas em fisiologia, patologia, bioquímica, biofísica e biomecânica.
Alguns hospitais liberam apenas a entrada de doulas, então há doulas com formação superior na área da saúde que exercem seus cuidados complementares na doulagem, sem interferir na clínica médica.
Bebês saudáveis, de gestações saudáveis podem nascer em torno de 37-42 semanas... SIM! Isso tudo mesmo! E nós não temos controle sobre isso. O que faz esse processo acontecer literalmente de uma hora para outra são as contrações ritmadas, duradouras, com boa intensidade por um determinado período.
Precisamos antes de qualquer coisa definir alguns momentos:
1 - Pródromos: São contrações irregulares, que não trazem muito desconforto ou dor. Esta fase pode durar dias... muitas mulheres não chegam nem a perceber que passam por ela. Nessa fase não necessariamente precisa ter dilatação ou mudanças significativas, mas as contrações chatinhas aparecem na maioria das vezes no período da noite.
Dica: vida normal! Controle a ansiedade.
2 - Fase latente: É o início do trabalho de parto. Ainda não é hora de correr para o hospital, mas as contrações já aparecem com um certo ritmo, duração e até desconforto. Geralmente elas têm duração de 40 segundos e vem 1 ou 2 a cada 10 minutos.
Dica: bolsa de água quente, chuveiro morno para alívio dessas dores, alimente-se e descanse!
3 - Fase ativa: É difícil de não notar a presença das contações que já vem durando mais de 40 segundos, numa média de 3 contrações por 10 minutos, sem muitas posições para alívio. Nesse momento é a hora de avisar toda a equipe e ir para o hospital, mesmo!
Dica: respire, concentre-se e siga as dicas dadas pelos profissionais que acompanham o parto para o alívio da dor.
4 - Fase de transição: é a hora da covardia! A dilatação está entre 8-10 cm... as contrações muito intensas e duradouras vindo a cada 2 minutos em média!
Dica: você aguenta! Está acabando! Vocalize, use e abuse da água quente e massagens!
5 - Expulsivo: nessa hora a vontade de fazer força instintivamente aparece.
Dica: sinta seu instinto, procure uma melhor posição, seu bebê está chegando!
6 - Dequitação da Placenta: O bebê já nasceu, está nos seus braços e você sentira uma cólica e algo descendo pelo canal da vagina! Sim sua placenta está saindo naturalmente apenas com o auxílio da amamentação e de toda a ocitocina liberada nesse momento!
Dica: Curta esse momento de imprinting com seu bebê, respire e relaxe!
Muitas listas de hospitais e o convívio com mais de 150 mães, me faz virar a pessoa mais objetiva possível quando o assunto é “O que levar na mala da maternidade!?”
Primero lugar, lembrar que você não está em um hotel ou passara dias lá e nem seu bebe precisa fazer um desfile de moda, com isso MENOS É MAIS.
Para a mamãe : 2 camisolas ou pijamas, 1 hobby e uma roupa mais ajeitadinha para sair da maternidade é fundamental! Para o momento do parto sempre peço para levar um top , chinelos de borracha e ir com uma roupa que seja leve e fácil de tirar e colocar em caso de dor.
Produtos de higiene e toalha variam de acordo com cada maternidade, mas é importante a mamãe ter seus produtos prediletos também no pós parto imediato! 4-6 Calcinhas, 2 sutiens de amamentação e absorvente pós parto, ou aquelas calcinhas descartáveis absorventes (um pacote) também farão parte desta lista.
Para o bebê, vamos trabalhar com o número de dias da internação + a saída da maternidade. Elas podem estar separadas em kits que tem: 1 body, 1 calça pagão, 1 par de meias, 1 macacão. A manta indico sempre algo que não tenha lã ou linhas soltas pois a pele do bebê é bem sensível e podem acontecer irritações, toalha de banho (aquelas que tem uma fraldinha dentro da toalha são maravilhosas) e produtos de higiene dele como fraldinhas descartáveis (um pacote rn, pequeno), paninhos de boca, cueiro e sabonete cabeça corpo.
Para quem ficará com a mamãe, uma toalha, produtos de higiene e duas trocas de roupa são o suficiente.
Lembrando ainda que faz parte desta mala todos os documentos do casal e da gestação.
O bebê nasceu, e agora??
Esse texto está sendo feito no dia 09/12/20, estamos passando por uma das piores pandemias da nossa história... temos milhões de mortos a nível mundial, crianças, idosos, gestantes, puérperas, ninguém está livre! Hoje não temos a vacina a disposição no Brasil, então as orientações de visitas ao recém-nascido estão bem diretas e objetivas: visitas menos possíveis, se possível a família mais íntima e com muita proteção!
Lembro aqui que o casal e o bebê também acabaram de chegar do hospital, um ambiente que estão altamente suscetíveis a transmissão deste vírus que sabemos tão pouco!
Antes do COVID, as orientações seriam as mais práticas possíveis, por aqui costumo falar que visita boa é aquela que ajuda e cuida da mãe, para a mãe poder cuidar do bebê com maestria. Então estar com a saúde em dia seria a primeira e mais forte recomendação, lavar as mãos ao chegar, evitar beijar rosto e boca do bebê, não fumar, não usar perfumes muito fortes (para não falar nenhum perfume!), evitar acordar o bebê, intimidar a mãe e ou fazer comentários desnecessários sobre amamentação, alimentação, sono e criação e por ai vai mais um monte de coisas que o bom senso nos permite não fazer ou pensar duas vezes!
Um período bom para visita seria após os 3 meses, quando o bebe já teria um pouco mais de imunidade estabelecida, amamentação sem tantas questões e também e o emocional do casal já estará mais fortalecido.
Hoje, se você quer ajudar ou acalentar uma puérpera, que tal organizar umas marmitinhas e entregar com um bilhete, ou até mesmo enviar umas frutas? Não estamos em época de aglomeração, muito menos com um recém nascido por perto.
Lembrem-se que uma família nasceu e eles precisam de um tempo a sós para se conhecerem melhor... visitas animam a casa, demonstram carinho, cuidado e afeto, mas também demandam de cuidado e atenção por parte do casal que pode ter passado a noite em claro, ou até mesmo daquela mulher que está passando pelo blues puerperal!
Dúvidas para esse tema não faltam, mas uma coisa é fato transar além de ser ótimo para a autoestima , libera endorfina ajudando no bem estar geral da gestação.
Nesse período da vida da mulher, os níveis de progesterona e estrogênio aumentados levam a um aumento da lubrificação vaginal e do fluxo sanguíneo na região pélvica o que predispõe a uma maior facilidade de excitação.
O orgasmo é responsável pela liberação de ocitocina, um hormônio muito importante no final da gestação principalmente quando associado ao semêm (rico em prostaglandinas), no início da gestação esses hormônios não tem o mesmo poder de contação uterina e maturação de colo uterino, então se não há restrição clínica o sexo está liberado!
Quanto as posições, de acordo com as mudanças anatômicas no corpo da mulher, as posições tendem a variar de acordo com a presença ou não de desconfortos. A grande maioria das grávidas sentem-se mais confortáveis estando em cima do companheiro ou de ladinho.
Estudos mostram que a tâmara pode ajudar no trabalho de parto e pós parto, conforme artigos publicados !
Estudos realizados pela Universidade de Ciência e Tecnologia da Jordânia, no Oriente Médio em 2017, apontam que a tâmara é uma aliada das gestantes que querem muito o parto normal, esta fruta é rica em uma substancia semelhante a ocitocina, com isso seu consumo no estudo demonstra que:
– As gestantes que consumiram tâmaras a partir da 36ª semana gestacional chegaram ao hospital com maior grau de dilatação;
– O trabalho de parto desencadeou sozinho em 96% das gestantes que as consumiam;
– Redução do uso da ocitocina sintética;
– Duração menor no tempo das fases dos trabalho de parto
Outro estudo, publicado em 2019, comprova que a tâmara auxilia até mesmo após o parto, contribuindo para redução dos sangramentos e produção do leite.
Apesar de serem estudos reconhecidos, existem falhas metodológicas, que deixam abertura para diversos questionamentos, contudo não há evidências de riscos à saúde da gestante ou do bebê.
O consumo de tâmaras pode ser incentivado a partir de 36 semanas em uma gestação de baixo risco e a quantidade varia entre 70g e 80g por dia.( aproximadamente 6 tâmaras desidratadas ou 3 jumbo). Por ser extremamente doce, algumas mulheres optam seu consumo com frutas, iogurtes ou queijo.
Espera, ansiedade, cobrança... tudo isso uma mulher vive a partir da 38ª semana de gestação. Quanto mais perto da DPP (data provável do parto) ela chega, maior são as questões e vontade de ver o rostinho do seu bebê, porem apenas 6% deles chega na data prevista.
A indução do trabalho de parto é uma pratica aceitável pelo Ministério da Saúde, quando há indicação, mas antes da medicamentosa, a indução natural pode ser feita de forma segura para mamãe e bebe, aqui vão algumas ideias de formas naturais que auxiliam nesse convite para o nascimento:
- Consumo de chazinhos ou água aromatizada com canela, cravo, gengibre, sálvia... por aqui o sucesso é a receita do chá da parteira Naoli, com algumas adaptações de acordo com o gosto da mamãe!
- Caminhadas prolongadas
- Exercícios como rebolar e andar de patinho
- Sexo
- Consumo de comida apimentada
- Óleo de prímula
- Massagem relaxante
- Acupuntura
- Homeopatia
- Aromaterapia
- Shakes com óleo de rícino
O parto é o momento em que ocorrem as mudanças orgânicas, corporais e emocionais mais intensas na vida de uma mulher. A dor sem sombra de dúvidas está presente de maneira significativa em todas elas.
Muitos são os estudos que comprovam que a presença de uma pessoa junto com a parturiente trás muitos benefícios, e ainda auxilia nas medidas de conforto para alivio da dor.
O processo fisiológico da dor esta intimamente associado a progressão do trabalho de parto, então devemos ver a dor como uma “amiga querida e esperada” para este momento.
Antes de propor analgesia, deixo aqui algumas dicas naturais para aumenta o conforto desta mulher, sem produzir efeitos colaterais no processo do nascimento:
1 – Deambulação e livre escolha de posições e movimentos: a mulher pode e deve escolher a melhor posição para determinado momento do parto, lembrando sempre que a posição verticalizada favorece mais o trabalho de parto e a saída do bebê.
2 – Uso de bola suíça ou rolo feijão: esses acessórios da fisioterapia são mágicos e promovem um relaxamento da musculatura de assoalho pélvico, melhora na dinâmica da mobilidade pélvica e podem ser levados para o chuveiro.
3 – Água quente: a grande aliada no trabalho de parto. O contato do corpo com a água quente promove uma vasodilatação, favorecendo relaxamento total e alívio das dores. Pode ser colocado um banquinho no chuveiro, bola suíça, barras de apoio para exercícios e banho de imersão na banheira.
4 – Exercícios respiratórios , meditação: o aumento da sensação de controle de dor é dado pela diminuição do consumo de oxigênio , controle da ansiedade e dos medos que acompanham o processo do parto.
5 – Massagens: pontos estratégicos como lombar, sacro e ombro podem ser estimulados por meio de massagem. Uma pressão profunda, e continua durante as contrações auxiliam muito e após elas um toque suave e reconfortante. Além de todos os benefícios físicos de alivio de dor, a massagem também funciona no aspecto psico-emocional, pois transmite a cooperação e interação de quem está lá acompanhando.